O que acontecia no cinema dez anos atrás…

Compartilhe

Foi em 2004 que tanto o Orkut quanto o Facebook foram lançados. Também foi em 2004 que o futebol teve um de seus anos mais peculiares, com Porto, Once Caldas e a seleção grega ganhando os campeonatos mais importantes do ano. E no cinema, o que acontecia dez anos atrás? Quais são os filmes que continuam ganhando fãs até hoje?

Tivemos, por exemplo, as continuações de vários sucessos. Entrando Numa Fria Maior Ainda (Meet The Fockers), A Supremacia Bourne (The Bourne Supremacy), Doze Homens e Outro Segredo (Ocean’s Twelve) e Kill Bill Vol. 2.

Mas foram Shrek 2 e Homem-Aranha 2 (Spider-Man 2) que conseguiram elevar o nível de seus antecessores, marcando suas respectivas franquias. Homem-Aranha que, aliás, este ano ganhou o segundo capítulo de seu reboot. E o recém oscarizado Alfonso Cuarón entregou um Harry Potter mais dark, um dos mais elogiados da série, com Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (Harry Potter and the Prisoner of Azkaban).

Entre outras das maiores bilheterias do ano, Os Incríveis (The Incredibles), A Paixão de Cristo (The Passion of the Christ) e Eu, Robô (I, Robot) provavelmente ainda farão sucesso por anos, diferentemente de filmes como Tróia (Troy) e O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow).

Além das animações, duas comédias ainda podem ter vida longa. Desventuras em Série (Lemony Snicket’s A Series of Unfortunate Events) não é unanimidade, mas uniu uma obra de muitos fãs, um visual apurado e mais uma performance divertida de Jim Carrey.

O Âncora (Anchorman: The Legendo f Ron Burgundy) juntou Will Ferrell, Paul Rudd, Steve Carell, Vince Vaughn e diversas participações especiais de colegas e virou um filme idolatrado pelos fãs do grupo de comediantes, e que ganhou, ano passado, a também elogiada continuação Tudo Por um Furo (Anchorman 2: The Legend Continues).

2004 foi também um ano marcado por dois documentários de sucesso bem acima da média, com temas tão populares quanto polêmicos. Super Size Me e Farenheit 11 de Setembro (Farenheit 9/11). Este último, do famoso Michael Moore, chegou a ganhar a Palma de Ouro, em Cannes.

Mas talvez o ano tenha sido ainda mais importante para o cinema de outras línguas.

A Espanha apresentou Má Educação (La mala educación) de Almodóvar e Mar Adentro de Amenábar. O francês Jean-Pierre Jeunet realizou Amor Eterno (Un long dimanche de fiançailles). Mestre da animação, o japonês Hayao Miyazaki dirigiu O Castelo Animado (Howl no Ugoku Shiro). O chinês Zhang Yimou trouxe o belo O Clã das Adagas Voadoras (Shi mian mai fu). Com produção internacional e direção do brasileiro Walter Salles, Diários de Motocicleta talvez tenha sido o mais marcante dessa lista.

Mas foi o alemão A Queda: As Últimas Horas de Hitler (Der Untergang) que se imortalizou como um fenômeno da internet, através de dezenas de releituras de sua cena mais famosa. No Brasil, tivemos grandes produções, como Olga e Redentor, mas os filmes mais lembrados provavelmente são Cazuza – O Tempo Não Para e Meu Tio Matou um Cara.

Já no Oscar 2005, tivemos a presença de Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset), enquanto este ano Antes da Meia-Noite (Before Midnight) foi indicado. A trilogia é cada vez mais cultuada por seus fãs e mais descoberta por quem não a conhecia. Na premiação, tivemos também Ray, Sideways e Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland), entre outros.

Mas a disputa do ano ficou entre O Aviador (The Aviator) de Scorsese e Menina de Ouro (Million Dollar Baby) de Eastwood, dois filmes que mantêm seu prestígio, mas é fato que O Aviador seria muito mais lembrado se tivesse sido o primeiro Oscar de Scorsese.

Bem mais discretos na premiação, Hotel Ruanda (Hotel Rwanda) ganha cada vez mais o status de um filme que deve ser visto, com um tema que, apesar de histórico, não envelhece; enquanto Closer não perde seu poder em forma de diálogos duros e atuações impecáveis.

Tudo bem, sou suspeito para falar, mas o grande filme de 2004 foi mesmo Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind). Constantemente citado como um dos melhores filmes de sua década e um dos melhores roteiros da história do Cinema, Brilho Eterno virou queridinho dos cinéfilos e ganha novos fãs dos mais variados a cada ano. Provavelmente, daqui a 10 ou 20 anos, quando olharmos para 2004, ele ainda será o filme mais fresco na memória da maioria dos amantes da sétima arte. Aqui eu dei 10 motivos pelos quais essa é uma das melhores obras da história.

2014 já teve grandes estreias, como X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past), O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel) e Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes). E ainda teremos produções aguardadas, como o Interstellar de Christopher Nolan e o Dumb and Dumber To, continuação de Débi & Lóide. Mas quais desses ou dos outros filmes que estrearão poderão ser considerados um dos grandes filmes do ano, daqui a uma década?

CD Vallada

Formado em cinema pela FAAP, o paulistano CD Vallada foi colunista do Portal Higi e hoje traz suas análises da indústria cinematográfica ao El Hombre.

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.

Saiba Mais