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Rodando pelo Sul da Espanha com 9 motos da Harley-Davidson

Felipe Lex Head de Marketing

Qualquer pessoa apaixonada pelo mundo das duas rodas conhece bem a emoção de cair na estrada e ir atrás de novas experiências. É sobre isso que vou falar hoje. Recentemente fui convidado pela Harley-Davidson Brasil para rodar pelas estradas do Sul da Espanha com diferentes modelos que fazem parte do lineup da marca.

O evento apelidado de “Harley-Davidson Triple S” é do que um conjunto de experiências incríveis que eles prepararam para jornalistas e criadores de conteúdo do mundo todo. O nome “Triple S” se refere a três famílias de motocicletas que a marca possuí: Softail, Sportster e Scramble (que na realidade era uma Street750 que foi modificada para ser utilizada em uma mini-competição de Hill Climb, uma subida na terra).

Como vocês devem saber, nós gostamos bastante de falar sobre a importância de investir em experiências de vida — especialmente as que incluem outras pessoas — porque elas resultam numa realização real e duradoura. A sensação de felicidade por uma experiência marcante, por exemplo essa da qual participei com amigos, pode durar a vida inteira.

É por isso que a Harley-Davidson acertou em cheio com este evento.

PRIMEIRO DIA

Aterrissamos em Madri depois de um longo voo de 9 horas, seguido de outro até Málaga de aproximadamente 1h30 e, por fim, um ônibus até a cidade de Antequera que fica a 45 minutos de distância.

Hotel Antequera, no Sul da Espanha

Chegamos cansados. Depois de deixar as coisas no hotel, saímos atrás de um lugar pra comer. Escolhemos o Toral Bar Cafetería, um pequeno café bem no centro da cidade. Comemos jámon (presunto cru) até não caber mais e fomos até Alcazaba, uma construção militar árabe super bem preservada (ou castelo, pra facilitar) que ficava em uma das partes mais altas da cidade.

Alcazaba

A vista de lá é impressionante. Dá pra ver quase que a cidade inteira, com as casas todas brancas, típico das construções do Sul da Espanha.

Vista do morro

Pra terminar, voltamos ao hotel e eu capotei. Não consegui nem arcodar para o jantar e fui direto pro dia seguinte.

SEGUNDO DIA

Tomei um café da manhã rápido e sai pra ver as motocas que estava todas estacionadas em frente o hotel. As opções para o primeiro dia de ride eram a Street Bob (que infelizmente saiu do lineup da Harley aqui no Brasil), a Fat Bob e a recém-lançada LowRider S. Estava bastante frio, mas durante o passeio o sol apareceu e o tempo ficou perfeito para andar de moto.

StreetBob

Saí com a StreetBob, com seu estilo OldSchool e uma posição mais custom. Os comandos não são recuados nem muito avançados e o guidão é bem elevado, o que torna a pilotagem tranquila e a posição confortável pra alguém do meu tamanho (1,73m). Rodando com a StreetBob minha vontade era de curtir a paisagem sem pressa.

Nas primeira parada, troquei para a Low Rider S, na minha opinião a mais bonita das três. O acabamento todo em preto dá a impressão de que a motoca foi customizada e passa o ar de rebeldia com o espírito californiano dos anos 80. A posição é um pouco mais agressiva com uma pedaleira pouco avançada mas alta. Gostei muito da tocada esportiva que faz você se empolgar inclusive em algumas curvas.

Low Rider S

Por fim rodei com a Fat Bob, que à primeira vista passa a impressão de ser uma moto pesada e um pouco dura, mas a posição é bem natural e confortável. Os pés ficam um pouco avançados, mas isso não a impediu de ter a pilotagem mais esportiva das três. Inclusive ela foi a que mais empolgou na hora de contornar as deliciosas curvas que pegamos no Sul da Espanha. Que moto!

Quando menos percebi, já havíamos chegado no local onde estava pista para o HillClimb. Lá tivemos um almoço com algumas comidas típicas da região muito saborosas e seguimos para competição na terra. A ideia era subir numa arrancada só e ao fazer a curva, lá em cima, o cronometro congelava. Cada subida era cronometrada, assim quem fizesse o menor tempo levava o troféu pra casa. Um instrutor nos mostrou como é que se fazia e aí foi nossa vez.

H-D Street 750 Scrambler

Tivemos quatro subidas cada um para nos adaptarmos com a moto, uma H-D Street 750 transformada em Scrambler, e também para pegar as manhas da terra. Depois, fizemos duas valendo o pódio. Confesso que comecei com receio de cair e me machucar, pois ainda teríamos o dia seguinte com outras motos para rodar.

Lex no desafio

Deixei a moto morrer, engasgar no meio da subida, troquei marcha errado e quase saí da pista, mas no fim deu tudo certo. Tanto no treino quanto na primeira tentativa valendo, eu não fiz menos de 11,24 segundos. Mas na última tomei coragem e me joguei, rs! Deu certo, fechei com 9,23s e peguei o terceiro lugar.

Terceiro lugar

Foi um rolê divertidíssimo e a Scrambles 750 fico um filé. Motoca legal demais, é uma pena não ter ela no lineup do Brasil. Mas deve ser estratégia da marca. Pra encerrar o dia, o jantar foi no Hotel Convento de la Magdalena. Um belo hotel nos arredores da pequena cidade de Antequera com um típico jantar delicioso.

TERCEIRO DIA

Agora foi o dia de conhecer as motocas mais confortável para viagens da família Softail. À frente do hotel estavam elas: SportGlide e Heritage. Uma mais vistosa que a outra. Saí numa Heritage verde, a mais bonita das que estavam disponíveis. Apesar do frio com neblina que castigou um pouco no começo do passeio, novamente o sol apareceu pra tornar tudo mais agradável.

Heritage

Na primeira metade do trajeto que fizemos pouco mais de 140 km –sempre com um lindo visual serrano do Sul da Espanha — pude intercalar entre Heritage e Sport Glide. A primeira foi sem dúvidas minha preferida. Achei a Heritage, além de extremamente estilosa, uma delícia para pegar estada. Ela conta com dois bagageiros laterais, uma plataforma para apoio dos pés garantindo mais conforto e um grande para-brisa que faz toda a diferença em alta velocidade. Mas apesar da aparência mais tranquilona, a motoca vai bem nas curvas até certo limite, onde as plataformas começam a raspar.

Ótima para pegar estrada

Já a SportGlide também é mais preparada para viagens devido às malas laterais e uma pequena carenagem do farol. Não é tão eficiente quanto o para-bisa da Heritage, mas segura um pouco o vento. A pedaleira é bem avançada e, como comentei, tenho apenas 1,73m de altura então precisei ficar um pouco curvado para a frente, mas nada que incomode. O legal dela é a versatilidade: tanto as malas quanto a carenagem são facilmente destacáveis, transformando a SpotGlide numa custom mais “magrela”, sendo possível encarar até um trânsito em dentro da cidade.

SportGlide

Ao final do primeiro trecho, paramos pra almoçar em Rute, um pequeno município que fica na província de Córdoba, e fomos recebidos por uma paella deliciosa. Na volta para o hotel, não tive dúvidas e logo garanti a minha Heritage verde! Rs.

LIVE WIRE

Na chegada fomos agraciados com uma frota de LiveWire, as lindas e polemicas elétricas da Harley-Davidson. Como não tinham tantas motos, fomos separados em dois grupos e eu fiquei no segundo. Fui pro quarto dar uma relaxada e, ansioso, esperei a minha vez. Na verdade eu relaxei pouco. Logo já estava na frente do hotel esperando o pessoal chegar. Sentei na LiveWire mais empolgado que criança quando ganha um novo brinquedo, afinal não é todo dia que se anda num Harley-Davidson elétrica. Quando que eu iria imaginar, né? Rs!

LiveWire

Me impressionou a quantidade de tecnologia empregada naquela moto. Dei uma fuçada básica, mas tivemos que sair rápido pois iria escurecer logo. Rodamos por uma estradinha tão gostosa… Era uma curva fechada atrás da outra. Me empolguei e acelerei mais forte a LiveWire, até que a roda traseira começou a perder tração em uma, duas, três curvas. Percebi que era melhor desacelerar. Não seria nada legal estragar um “briquedindo” de mais de 33 mil euros! Rs.

Elétrica

Mas a LiveWire é isso: um canhão que entrega 100% do torque instantaneamente. Claro que as destracionadas logo eram corrigidas pela eletrônica, então eu não corri tanto risco assim, mas foi uma diversão só. O barulho parece o de um caça militar. É um tipo de um apito, mas bem agradável. (Agora, para eu não me alongar muito, vou fazer uma próxima matéria mais completa sobre minha experiência com a elétrica. Fiquem ligados!)

JANTAR ESPECIAL

Pra terminar o dia com maestria, o pessoal da Harley preparou um jantar fora da cidade onde cada um iria em um modelo da família Sportster customizado pela Sykes Harley-Davidson UK. Como eu já sabia que teríamos a possibilidade de rodar em apenas duas diferentes, uma na ida e outra na volta, fui logo cedo me apresentar em frente ao hotel e já garanti a minha.

H-D Monster Engine

Fui de H-D Monster Engine. Uma linda XL1200X Forty-Eight de 2018 com um pneu traseiro de 240mm. A customização ficou de primeira, dava pra ver que os caras não brincaram em serviço e a motoca estava deliciosamente barulhenta como o novo escape. O pneu largo atrapalha um pouco a ciclística, especialmente para fazer curvas, mas para curtos passeios não chega a incomodar.

Novamente tivemos um jantar farto e cheio de iguarias típicas da Espanha, acho que devo ter engordado pelo menos 2 quilos nessa viagem! Aí sim, na volta para o hotel, consegui pegar a H-D Sportster Custom Rothmans, a mais linda de todas, montada sob a base de uma XL883N Iron e convertida para 1200. Os caras transformaram ela numa Scrambler de cair o queixo. Ficou bem funcional, muito boa pra andar.

H-D Sportster Custom Rothmans

E o mais legal da família Sportster é isso. Nos apresentaram 10 motos da mesma família completamente diferentes após a customização. Era moto para todos os gostos!

Então é isso, senhores! Foi uma experiência inesquecível, que reuniu paisagens maravilhosas e, claro, motos espetaculares! Em breve, vamos publicar no canal do El Hombre no YouTube um vídeo mostrando os bastidores da viagem, então fiquem ligados lá para não perder o conteúdo ;)