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sábado, julho 27, 2024
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Sua música favorita de Eternal Sunshine revela o livro que você deveria ler

Descobrir uma música que ressoa com o seu ser é como desvendar uma parte escondida de si mesmo. Da mesma forma, encontrar o livro certo no momento certo pode ser uma revelação, alterando não apenas a forma como vemos o mundo, mas também como nos vemos nele. Combinar essas duas formas de arte pode ser uma experiência transformadora. Este artigo propõe uma jornada única: conectar sua música favorita do álbum “Eternal Sunshine” a um livro que você deveria estar lendo agora. Através desta exploração, mergulharemos em mundos literários que refletem as nuances emocionais e temáticas de cada canção, oferecendo novas perspectivas e compreensões.

Intro (End of the World) e “Grandes Esperanças”, de Charles Dickens

Se “intro (end of the world)” capturou sua atenção, “Grandes Esperanças” de Charles Dickens é o companheiro literário que você procura.

Neste livro, Dickens tece uma história de perda, amor e redenção em meio à Era Vitoriana. O protagonista, Pip, outrora um pobre órfão, recebe uma fortuna de um benfeitor misterioso e deve adaptar-se à sua nova vida. Em meio a isso, vive uma paixão amorosa repleta de questionamentos por uma beldade fria e distante, Estella Havisham. O livro desdobra a complexidade das relações humanas e a busca incessante pela realização pessoal, espelhando a melodia introspectiva e esperançosa da música.

Bye e “Jane Eyre”, de Charlotte Brontë

Aqueles atraídos por “Bye” encontrarão uma alma gêmea literária em “Jane Eyre” de Charlotte Brontë.

A história de Jane, que luta por dignidade e liberdade dentro de uma sociedade que limita as mulheres a uma série de papéis secundários, é um testemunho do poder do espírito humano. O romance explora temas de amor, mas um amor ligado à autossuficiência e ao ato de escolher a si mesma – o que Jane faz, em determinado momento, ao declarar ao homem a quem ama, que já é casado: “Mr. Rochester, eu não serei sua”.

Don’t Wanna Break up Again e “A Moradora de Wildfell Hall”, de Anne Brontë

“Don’t Wanna Break Up Again” me remete ao livro “A Moradora de Wildfell Hall”, de Anne Brontë (sim, uma das irmãs da autora anterior). No livro, a protagonista, Helen, se vê presa a um casamento com uma pessoa a quem deixou muito tempo atrás de amar – e é tomada por questionamentos quanto a continuar a cumprir o seu papel como esposa virtuosa ou escapar, buscando uma vida própria.

Eternal Sunshine e “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald

Se “Eternal Sunshine” é a sua escolha, “O Grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald captura seu espírito. A busca de Gatsby (interpretado no cinema por atores como Robert Redford e Leonardo DiCaprio) pelo amor perdido em um mundo onde a aparência muitas vezes se sobrepõe à substância, reflete o anseio e profunda melancolia da música.

Este clássico revela as ilusões do sonho americano e a complexidade das relações humanas, espelhando a beleza trágica e a esperança eterna.

Supernatural e “Os Maias”, de Eça de Queiroz

Aqueles atraídos por “Supernatural” encontrarão uma alma gêmea literária em “Os Maias”, do escritor português Eça de Queiroz, que narra o relacionamento entre um fidalgo português e uma bela mulher, já casada, por quem apaixona-se perdidamente. Esse amor, traçado pelo destino mas – sem spoilers – não de uma maneira muito boa aos envolvidos, possui raízes na história de suas famílias, que se revelam pouco a pouco durante a narrativa.

True Story e “Razão e Sensibilidade”, de Jane Austen

“True Story” narra o relacionamento de uma mulher e de um homem que joga com ela como se ela fosse um videogame (Atari, mencionado na música). Isso me remete imediatamente a um dos principais enredos de um dos melhores livros de Jane Austen, “Razão e Sensibilidade”. Nele, temos retratadas as vidas das irmãs Dashwood, que após a morte do pai enfrentam a incerteza financeira e as complexidades do coração.

Marianne Dashwood, representante da Sensibilidade (em contraposição à sua irmã, Elinor, que representa o dom da Razão), apaixona-se perdidamente por um rapaz, Willoughby, que se assemelha bastante ao retratado nas entrelinhas de “True Story”.

The Boy is Mine e “Noite de Reis”, de William Shakespeare

Para os fãs de “The Boy Is Mine”, “Noite de Reis” de William Shakespeare é a escolha literária perfeita. Esta comédia explora temas de amor, identidade e engano, enquanto personagens se encontram em um emaranhado de relações amorosas e equívocos. Isso porque Olívia, uma das protagonistas, apaixona-se perdidamente pelo empregado de seu poderoso pretendente, o duque Orsino. O que Olívia não sabe é que o “rapaz” por quem está apaixonado é na verdade uma mulher, Viola.

A peça reflete a energia lúdica e as complexidades emocionais da música, oferecendo uma visão divertida e profunda das travessuras do amor. E, é claro, acredito que resumiria perfeitamente os sentimentos de Olívia.

Yes, and? e “E O Vento Levou”, Margaret Mitchell

Quem se identifica com “Yes, And?” encontrará ressonância em “E o Vento Levou” de Margaret Mitchell.

Se há uma heroína literária (controversa como esta possa ser) que provavelmente lançaria um “Yes, and?” depois de uma polêmica e do escárnio público, provavelmente seria Scarlett O’Hara. Debochada, imensamente egoísta e pouco preocupada com os sentimentos alheios, Scarlett é também determinada e indomável em face da adversidade.

We Can’t be Friends (Wait for Your Love) e “O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë

Para aqueles cujo coração bate mais forte com “We Can’t Be Friends (Wait For Your Love)”, creio que o belíssimo livro “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë é a companhia literária ideal.

A história tumultuada de amor e vingança entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância que se apaixonam violenta e intensamente, explora a natureza destrutiva do amor não correspondido e das paixões reprimidas, ecoando a profunda intensidade emocional e a complexidade das relações retratadas na música e no vídeo que a acompanha. Como diz ele a Catherine no momento da morte dela: “Fique sempre comigo, tome a forma que for, enlouqueça-me”.

I Wish I Hated You e “Hamlet”, de William Shakespeare

Se “I Wish I Hated You” captura sua atenção, “Hamlet” de William Shakespeare oferece uma profunda exploração de conflito, vingança e dilema moral.

Não, Hamlet não se concentra no fim de um amor. Mas a jornada do personagem que dá título à obra, repleta de traições, loucura e questionamentos existenciais, envolve a sua dúvida quanto a vingar ou não a morte de seu pai, deixar-se odiar ou não o seu assassino.

Imperfect for You e “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen

Aqueles atraídos por “Imperfect For You” acharão em “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen um reflexo de suas próprias complexidades emocionais.

A história de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, com seus mal-entendidos e “preconceitos”, captura a essência do amor verdadeiro que supera todo tipo de barreira, ressoando com a honestidade e a vulnerabilidade da música.

Ordinary Things e “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare

Para os que se encontram em “Ordinary Things”, “Romeu e Julieta” de William Shakespeare é a leitura essencial. A trágica história de amor dos jovens amantes, condenada pelas disputas familiares, reflete a beleza e a fragilidade das coisas cotidianas valorizadas na música. A peça oferece uma reflexão sobre o poder do amor verdadeiro.

Entre linhas e melodias

Este passeio literário e musical revela como a arte pode ser um espelho da alma, oferecendo conforto, inspiração e compreensão em momentos de necessidade. Cada livro sugerido aqui não é apenas uma extensão da música que ressoa com você, mas também um convite para explorar as profundezas do ser humano e a complexidade das nossas emoções. À medida que cada nota e palavra se entrelaçam, esperamos que encontre não apenas entretenimento, mas também insights e uma nova perspectiva sobre a vida.

Camila Nogueira Nardelli
Camila Nogueira Nardelli
Leitora ávida, aficcionada por chai latte e por gatos, a socióloga Camila escreve sobre desenvolvimento pessoal aqui no El Hombre.