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Até quando deixaremos a tecnologia destruir nossos casos?

Qualquer um de nós sabe bem como é tentar falar com alguém que está grudado num celular, tablet ou computador. Tarefa impossível.

O que está na tela sempre parece ser mais interessante do que a pessoa que está na sua frente.

O indivíduo te olha, finge que te ouve, até murmura algo para te dar atenção e volta ao aparelho.

Eu realmente não sei o que pode ser mais importante do que a pessoa que está ao seu lado, do que a pessoa que tirou algum tempo do dia dela para estar com você.

Este tipo de comportamento tem sido visto como normal. Anormal tem sido um casal sair – ou até mesmo um grupo de amigos – e ninguém mexer no celular.

O autor do livro Inferno Digital, o inglês Paul Levy, acaba de lançar uma leitura em que apresenta os resultados de um estudo que fez sobre os efeitos da vida virtual nos relacionamentos amorosos. Ele conversou com diversos casais que se sentem ameaçados pelo vício na tecnologia.

O autor diz que alguns casais têm o que ele chama de “contentamento miserável”: passam noites assistindo televisão, verificam constantemente seus telefones sem se falar. E acham que assim estão realizados.

Eu conheço um casal de amigos que moram na mesma casa e se falam por mensagem no celular. E não é uma mansão de 800 m² onde procurar pelo outro pode levar um tempo.

Estão numa distância de passos, mas têm preguiça de fazer contato. Fica óbvio quais são as prioridades das pessoas.

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Virou mania também levar o celular para a cama. Aí esquece, não há romance que resista. Os homens reclamam que as mulheres passam muito tempo olhando as fotos alheias no Instagram ou não param de jogar Fruit Ninja, Candy Crush ou qualquer coisa do gênero.

Já as mulheres reclamam que os homens estão sempre trabalhando, respondendo e-mails fora do horário de trabalho e pensando em como vão fazer para conquistar o mundo, como se tivessem em uma batalha no tabuleiro do War.

O FACEBOOK

A reclamação conjunta vem do Facebook.

Segundo Levy, um estudo com pesquisadores da Universidade de Missouri entrevistou centenas de usuários com idades entre 18 e 82 anos, que acreditam que a utilização dessa rede social aumentou o conflito nos relacionamentos.

Como o uso do site cresceu, ampliou também o ciúme das pessoas, as discussões que podem levar a rompimentos, a traições e até a divórcio.

O problema é que até você perceber que desfruta mais da tecnologia do que das pessoas que ama pode levar um tempo.

Mas não precisa de mágica para largar o telefone, o tablet ou desligar o computador e se envolver um pouco com as pessoas no mundo carnal.

E também não necessário ser muito gênio para chegar à conclusão de que quanto mais recorremos à intimidade digital, menor fica a intimidade real.