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Jogamos o novo game dos “Cavaleiros do Zodíaco”

A notícia de que o jogo Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário para PlayStation 3 seria lançado no Brasil, em maio, foi um deleite para os fãs do desenho japonês. Nós do El Hombre (todos da redação crescemos assistindo ao mangá) decidimos testar essa novidade. Chegamos à seguinte conclusão: parece que o game foi feito na medida para aqueles que não perderam um único capítulo da saga dos guerreiros. Apesar da jogabilidade pouco convincente, a história contada com fidelidade é suficiente para agradar gregos e… bom, gregos, né? Há dois modos de jogo:

1# MODO HISTÓRIA: São cinco Sagas nesse modo: a Saga do Santuário (a principal, que percorre as 12 casas); a Saga  de Aiolos; a Saga de Aiolia; a Saga de Shina; e a Saga de Marin. Conforme completa uma saga a próxima é liberada. Na Saga do Santuário, antes de chegar à luta contra o cavaleiro de ouro de cada casa, é necessário enfrentar verdadeiras tropas de inimigos. Eles são compostos pelos soldados comuns e por personagens como os cavaleiros negros, que, apesar de não participarem dessa saga, tornam o caminho mais interessante por dificultarem a progressão. O interessante é que você não pode escolher o personagem – se joga com o cavaleiro que, no mangá, lutou na casa em questão. Exemplo: na casa de Touro se joga com o Seiya; na casa de Gêmeos se joga com o Shun; e assim por diante. Os cavaleiros vão aumentando seus skills conforme passam de fase e também ganham Pontos de Cosmo que lhe permitem comprar outras habilidades especiais.

2# MODO MISSÃO: Neste modo você pode jogar individualmente ou com dois jogadores de forma simultânea. Também tem a opção de jogar conectado à rede. Aqui são oferecidos diferentes percursos montados por temas. Então, por exemplo, no tema “Mesmo que eu morra…” você irá jogar contra cavaleiros que morreram nas batalhas do Santuário; no tema “Santuário da Beleza” lutará contra cavaleiros que são conhecidos pela sua beleza. Aqui, sim, é permitido escolher o personagem para controlar nas batalhas. Até mesmo os cavaleiros de ouro e as amazonas de prata (Marin e Shina) podem ser escolhidas conforme você os for liberando. Além desse jogo de percurso, o Modo Missão disponibiliza o de sobrevivência, onde o objetivo é você sobreviver aos ataques dos inimigos que não param de aparecer.

HISTÓRIA

O jogo acontece basicamente durante a batalha das doze casas. O começo da história é contada, explicando o motivo da saga dos cavaleiros de bronze, mas pula a parte da Guerra Galáctica, do treinamento dos cavaleiros e vai direto para o momento em que Seiya, Shun, Shiryu e Hyoga chegam à casa de Áries. Contada com bastante fidelidade, a batalha das doze casas compensa a falta das outras partes e supera a expectativa daqueles que viam no jogo a oportunidade para relembrar os sentimentos que o desenho causava nos anos 90. Da abertura com som original aos diálogos com cada cavaleiro de ouro, a sensação de estar revivendo as manhãs sintonizadas à TV Manchete é muito forte. Ainda podemos percorrer no jogo pela história de Aiolos, Aiolia, Shina e Marin. História muito bem adaptada pela Namco Bandai.

  • Nota El Hombre: 3/5

SOUNDTRACK

A trilha sonora não deixa a desejar. A maior parte das músicas e dos sons são os originais do desenho. O jogo é legendado com o áudio em japonês – e esse sim foi um ponto bem doído para nós, fãs brasileiros. Nada contra a língua dos criadores do Cavaleiros, mas ouvir o “meteoro de Pégasus” em outra língua é desanimador. Pelo menos a legenda foi feita com a ajuda dos apaixonados pelo desenho, o que preservou nomes originais de golpes e personagens.

  • Nota El Hombre: 4/5

JOGABILIDADE

Em todas as fases, com todos os adversários você joga da mesma forma, com os mesmos golpes limitados. Mas o que fazer se esses são os poderes de cada cavaleiro? Inventar golpes novos? Isso seria infiel ao desenho. Durante as fases os cavaleiros vão capturando bônus coloridos que lhes permitem aumentar a potência do ataque, a eficiência da defesa, a quantidade de Cosmos e a barra de energia. Os já conhecidos combos também auxiliam nesse aspecto. Vez ou outra falta melhor explicação sobre o que deve ser feito no jogo, como no caso de quando o cavaleiro de Gêmeos te manda para outra dimensão. Não é a jogabilidade ideal para jogos de ação e batalhas, mas, se a idéia era fazer um jogo para que os fãs pudessem se divertir, ponto positivo para eles.

  • Nota El Hombre: 2,5/5

GRÁFICO

Esse talvez seja o único jogo em que um gráfico bem trabalhado é decepcionante. Passamos a nossa infância enxergando os cavaleiros quadrados e mal feitos – mas é assim que gostamos deles! Fazê-los em 3D, redondinhos, a moda do século XXI é estranho, muito estranho. Mas deixando essa observação fanática de lado, o trabalho gráfico do jogo não vai muito além do mediano. A falta de expressão dos personagens poderia ser um defeito se o desenho original não tivesse a mesma característica. Que graça teria se eles fossem bem articulados? Essa mesma análise pode ser transferida para os movimentos mecânicos dos cavaleiros. Sabe aquela corridinha bem tosca e travada? Continua assim no game. São ótimas desculpas para essas possíveis falhas. Mas como se esquivar da repetição de figuras como a dos cavaleiros negros nas escadarias do Santuário? Com 144 episódios na série, opções é o que não falta. Também chama a atenção o brilho excessivo das armaduras que incomoda e destoa do resto do gráfico.

  • Nota El Hombre: 2,5/5

GERAL

Considerando tudo isso 6,5 seria uma ótima nota para o jogo. Mas somos fãs e o game potencializou o nosso Cosmo ao máximo. Nada mais justo do que um belo 10, portanto.

  • Nota El Hombre: 5/5
Pedro Cohn
Pedro Cohn
Um dos fundadores do El Hombre, hoje vive na Califórnia à beira do mar. Se você quer irritá-lo, basta falar mal da Apple. Mas prepare-se para tomar um pontapé na orelha.