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Pare de se cobrar tanto: a vida não é uma linha reta

Pedro Nogueira Editor-Chefe

Tenho lido bastante sobre budismo nos últimos dias. Sei lá. É uma leitura que me acalma quando estou mais ansioso. Gosto da filosofia prática que o budismo oferece para o nosso dia-a-dia. São lições simples e eficientes para lidar melhor com as dificuldades da vida. Um dos ensinamentos centrais de Buda é chamado “As Quatro Nobres Verdades”. Diz o seguinte:

  1. O sofrimento existe.
  2. O sofrimento tem suas causas.
  3. É possível eliminar essas causas.
  4. Existe um caminho para eliminá-las.

Então penso numa das causas que mais causam sofrimento nas pessoas que conheço, incluindo eu neste grupo: a expectativa de viver numa subida em linha reta, sem os tropeços que inevitavelmente aparecem no caminho.

Há uma certa pressão social para acumularmos novas conquistas — especialmente materiais — a cada ano que passa. Salário maior, cargo maior, carro maior, apartamento maior. Vamos ser honestos: quem nunca teve ideias desse tipo? Ou ainda tem?

Ficar estagnado ou, pior ainda, descer um degrau virou sinônimo de ser perdedor. As pessoas se cobram excessivamente. A ambição — que em certa dose pode ser algo bom, uma motivação para continuar evoluindo — acaba tomando proporções altas demais e injustas.

A vida é cheia de curvas inesperadas. Permitir-se dar um passo para trás (ou mais) é algo importante para lidar com o sofrimento. A vida não é uma lista de tarefas para irmos ticando os itens. Até mesmo porque as pessoas que conseguem ticar todos não são necessariamente mais felizes. Às vezes elas acordam um dia pensando: “E agora que tiquei tudo mas ainda me sinto vazio?”

Pare de se cobrar tanto. Não sinta a necessidade de percorrer caminhos pré-estabelecidos. As pessoas são diferentes, as trajetórias também. Ande no seu ritmo e não se compare com os outros. A frustração, no final das contas, é fruto das expectativas que criamos.

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