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3 maneiras de dizer “não” sem se sentir mal, segundo a ciência

Warren Buffett certa vez disse: “A diferença entre pessoas bem-sucedidas e pessoas muito bem-sucedidas é que as pessoas muito bem-sucedidas dizem não para quase tudo.”

Steve Jobs concorda. Como o fundador da Apple afirmou: “As pessoas pensam que foco significa dizer sim para a coisa em que você precisa se concentrar. Mas não é isso que significa. Significa dizer não para as outras boas ideias que existem.”

Faz sentido. Um calendário cheio não é um sinônimo de sucesso. O tempo é um recurso finito e a maneira como você usa seu tempo, enquanto tenta expandir seu negócio ou viver sua vida, desempenha um papel importante.

O problema é que dizer não é frequentemente difícil, mesmo porque todos queremos ser queridos e tendemos a nos preocupar que dizer “não” mudará a maneira como os outros nos veem, especialmente as pessoas de quem nos importamos.

Então, como você pode dizer não a pedidos de favores, convites, colaborações, reuniões e calls, sem magoar os sentimentos dos outros? Ou sem se sentir mal por isso?

1# Resposta do dinheiro

É bem provável que você realmente não tenha tempo para dizer “sim” a um convite ou pedido. Mas dizer que você não tem tempo abre pode ser delicado para a relação. Um estudo publicado no Journal of Consumer Psychology descobriu que o impacto de receber uma desculpa relacionada ao tempo é quase duas vezes mais negativo do que uma desculpa relacionada ao dinheiro.

Isso é especialmente verdadeiro para convites. Dizer algo como “Desculpe, mas estou muito ocupado para almoçar com você” soa, para o destinatário, como se você estivesse muito ocupado para eles.

Desculpas relacionadas ao dinheiro são muito melhor recebidas — mesmo que não sejam tão fáceis de fazer, já que ninguém gosta de admitir que não tem dinheiro suficiente — porque parece que há menos priorização envolvida.

Como os pesquisadores escrevem:

Esses efeitos são impulsionados pelo controle percebido desses recursos: [as pessoas] aceitam que a disponibilidade de recursos financeiros pode estar menos sujeita ao controle pessoal do que a disponibilidade de tempo. Como resultado, citar restrições de tempo é visto como menos confiável e reduz sentimentos de proximidade interpessoal e comportamento de ajuda.

Ou, em termos simples: se eu quisesse, eu poderia arrumar tempo para você. Mas se eu não tenho dinheiro, pura e simplesmente.

Você pode aplicar essa premissa a várias situações. Dizer que o produto ou serviço de um amigo não é adequado para você abre a porta para uma longa conversa sobre propostas de valor, utilidade, etc. Dizer que você simplesmente não tem dinheiro geralmente não abre. (A menos que seu amigo seja realmente insistente.)

E há um bônus adicional em usar a justificativa do dinheiro. Dizer que você não pode pagar torna você vulnerável. “É uma revelação íntima que provoca uma posição de baixo poder”, escrevem os pesquisadores, “fomentando um vínculo mais próximo; faz com que quem convida se sinta especial e bem informado.”

O que deve ajudar a manter o relacionamento que você está tentando não prejudicar ao dizer “não”.

2# Resposta do “eu não faço”

Um amigo insiste. Um fornecedor implora. Um cliente argumenta até que o “não” se torne “talvez” e o “talvez” se torne “sim”, e você acaba concordando com algo que gostaria de não ter feito.

(Ou — e isso é ainda mais provável — talvez você desgaste sua própria determinação até acabar fazendo algo que não queria fazer porque não conseguiu dizer não para si mesmo.)

A menos que você adote a abordagem do “eu não faço”. Pesquisadores que conduziram um estudo publicado no Journal of Consumer Psychology criaram dois grupos. Um recebeu uma tentação simples e foi instruído a dizer: “Eu não posso fazer (isso)”. O outro grupo foi instruído a dizer: “Eu não faço (isso)”.

Em seguida, os pesquisadores realizaram outro estudo. Os participantes foram orientados a estabelecer uma meta pessoal de saúde e bem-estar a longo prazo. Quando a motivação deles inevitavelmente diminuiu, um grupo foi instruído a dizer: “Eu não posso perder meu treino”. Um segundo grupo foi instruído a dizer: “Eu não perco treinos”. (O terceiro grupo não recebeu uma estratégia de evitação de tentação.)

Dez dias depois, eles descobriram o seguinte: não apenas “Eu não posso” foi menos eficaz do que “Eu não faço”, como “Eu não posso” também foi menos eficaz do que nenhuma estratégia.

Por quê? De acordo com os pesquisadores:

A estrutura de recusa “Eu não faço” é mais persuasiva do que a estrutura de recusa “Eu não posso” porque a primeira denota convicção em maior grau.

Quando dizemos “Eu não posso”, automaticamente nos damos uma saída. Claro, eu poderia, mas desta vez escolho não fazer. Eu acho. Mas, novamente, talvez eu pudesse…

Quando dizemos “Eu não faço”, somos poderosos. Estamos determinados. Não fizemos uma escolha. O que fazemos — ou não fazemos — é baseado em quem somos. Qual soa mais poderoso, afirmativo e fortalecedor?

“Eu não faço” é mais poderoso porque “Eu não faço” não deixa espaço para discussão, argumento ou compromisso — especialmente consigo mesmo.

Quantas vezes você disse “Eu não posso” apenas para acabar fazendo, depois, o que disse que não faria? Se você for como eu, muitas vezes, porque quando as pessoas que querem algo ouvem “Eu não posso”, elas automaticamente pensam: “Ok, mas em que circunstâncias você pode fazer o que eu pedi?”

A maioria das pessoas ouve “Eu não posso” como algo que pode encontrar maneiras de contornar. (Na maioria das vezes, quando dizemos “Eu não posso” para nós mesmos, imediatamente começamos a pensar em maneiras de contorná-lo, é por isso que tão poucas pessoas alcançam suas metas pessoais e profissionais.)

“Eu não posso” soa como uma decisão baseada em razões ou causas externas. “Eu não faço” soa como uma convicção, uma que não oferece espaço para discussão ou argumento. Você não está escolhendo o que fazer. Você está escolhendo quem ser.

E ser quem você é tem muito menos probabilidade de fazer você se sentir mal por dizer ‘não’.

3# Resposta do favor parcial

Imagine que alguém que você não conhece muito bem pede um favor. Um grande favor. Eles querem mais do que você pode fazer. O que você poderia fazer é pequeno em comparação ao pedido, então, mesmo que isso faça você se sentir mal, você diz “não”.

Pesquisas mostram que essa é a abordagem errada, tanto para você quanto para a outra pessoa. Um estudo publicado no Personality and Social Psychology Bulletin descobriu que as pessoas dispostas a oferecer menos do que é solicitado subestimam significativamente o valor do que estão dispostas a fornecer ao destinatário.

Como escrevem os pesquisadores: “Os ajudantes antecipam menos apreço pela ajuda parcial do que os buscadores de ajuda sentem ao recebê-la” e, portanto, são muito menos propensos a oferecer assistência parcial. (Embora eu possa pensar em muitas ocasiões em que pedi muito, mas fiquei encantado — e grato — por receber um pouco, porque cada pedacinho ajuda.)

Na próxima vez que alguém pedir um favor muito grande, não pense no que você não pode fazer. Coloque-se no lugar deles e pense no que você pode fazer. Um recurso. Uma recomendação. Uma referência. Uma dica rápida. Ofereça o que você pode fornecer, seguro no conhecimento de que as pessoas necessitadas apreciam qualquer gesto, não importa o quão pequeno.

Faça isso e você nunca se sentirá mal por dizer “não” ao pedido maior, porque saberá que fez a diferença, por menor que seja, na vida de outra pessoa.

O que sempre faz você se sentir bem depois.


Fonte: Inc.com