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Cientistas criam nanotatuagem capaz de monitorar a saúde

No sudoeste de Seul, em Daejeon, uma equipe de pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST) apresentou uma revolução na forma de monitorar a saúde: uma tinta para tatuagens eletrônicas que funciona como bioeletrodo, criada a partir de uma combinação de metal líquido e nanotubos de carbono. Este anúncio, como informado pela Reuters, representa um avanço significativo no campo da bioengenharia.

A tinta, à base de partículas de gálio, um metal prateado utilizado em semicondutores e termômetros, é não invasiva. Ela também é composta por nanotubos de carbono decorados com platina, que auxiliam na condução de eletricidade, garantindo durabilidade ao produto. De acordo com o líder do projeto, Steve Park, quando aplicada à pele, a tatuagem não se desfaz, mesmo ao esfregar, o que não seria possível apenas com metal líquido.

Conectada a um dispositivo eletrocardiograma (ECG) ou outro biossensor, essa nanotatuagem pode transmitir leituras do ritmo cardíaco do paciente e outros sinais vitais, como níveis de glicose e lactato, para um monitor. A equipe de pesquisa espera, em breve, eliminar a necessidade de biossensores, tornando a comunicação com dispositivos externos totalmente wireless.

Avanços Simultâneos: Nanotatuagens como Comunicadores Corporais

Em outro avanço semelhante, mas com um toque único, pesquisadores de duas instituições em Istambul também criaram nanotatuagens capazes de comunicação sem fio passiva com dispositivos próximos, sem a necessidade de fontes de alimentação externas, como baterias. Essa tecnologia, divulgada pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), pode conduzir a inúmeras tecnologias de biossensoriamento.

Desenvolvidas por Kristen D. Belcastro, da Universidade Yeditepe, e Onur Ergen, da Universidade Técnica de Istambul, as nanotatuagens BNTS (Backscattering-Based Nanotattoo Sensor) são compostas por duas tintas: uma tinta de óxido de zinco contendo nanofios embutidos sobre uma tinta condutora de aerogel de grafeno. As duas tintas são aplicadas à pele simultaneamente por meio de agulhas separadas.

A comunicação sem fio desses dispositivos depende da criação de sinais elétricos a partir da atividade piezoelétrica, que converte energia mecânica em energia elétrica. Essas nanotatuagens estabelecem uma comunicação bidirecional com um smartphone, que processa as informações coletadas por meio de algoritmos de inteligência artificial.

Potenciais aplicações na saúde

As possíveis aplicações dessas nanotatuagens são diversas, desde a monitoração de sinais vitais até a detecção de movimentos corporais. Ergen e sua equipe estão expandindo a pesquisa para outros aspectos da saúde, explorando a possibilidade de usar as nanotatuagens como sensores de EEG sem fio. Além disso, também está sendo estudada a coleta de dados a partir de sensores de suor, sem a necessidade de uma bateria.

Os usos não se limitam ao corpo humano, abrindo portas para uma gama de possibilidades além da saúde. Podem ser aplicados em qualquer superfície, incluindo carros e móveis, permitindo um diagnóstico remoto de problemas mecânicos e fornecendo uma forma inovadora de coletar dados úteis.

Essas duas inovações, ainda em estágio inicial de desenvolvimento, prometem revolucionar não apenas a área da saúde, mas a forma como interagimos com nosso ambiente. Ao permitir a monitoração constante de sinais vitais e a coleta de informações úteis em tempo real, as nanotatuagens representam um salto gigantesco na direção de um futuro mais conectado.

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