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Evite ser ludibriado: as 8 técnicas de deflexão preferidas dos manipuladores

Todos nós, em algum momento, já cruzamos com alguém que, de forma sutil ou não, tentou nos manipular. E as táticas mais úteis são as de deflexão – que, no contexto da comunicação e da psicologia, é comumente utilizada para descrever quando alguém muda o foco de uma conversa ou situação para algo ou alguém diferente, para evitar enfrentar as suas próprias falhas ou responsabilidades. Os manipuladores possuem um arsenal de táticas projetadas para desviar toda a atenção de suas ações, minimizar seus próprios erros e manipular os sentimentos e percepções dos outros.

Identificar essas estratégias é o primeiro passo para se proteger e evitar cair na armadilha da manipulação. Abaixo, exploramos 8 táticas de deflexão comumente usadas por pessoas manipuladoras.

1# A arte da culpa invertida

A culpa invertida ocorre quando alguém, em vez de assumir a responsabilidade por seus próprios erros ou ações, vira o jogo e faz a outra pessoa sentir-se culpada ou responsável. É uma habilidade manipulativa excelente de deflexão, e visa reverter a situação, levando a pessoa que originalmente possuía uma queixa ou preocupação legítima a questionar a sua própria perspectiva e, em muitos casos, a pedir desculpas.

Imagine que você confronta a sua namorada sobre algo que ela fez e que o magoou. Em vez de reconhecer o erro e pedir desculpas, ela responde: “Você também já me magoou antes. Por que está fazendo disso um grande problema agora?”

À longo prazo, a culpa invertida pode levar a relações desequilibradas, onde uma parte sente que está constantemente pisando em ovos, enquanto a outra continua a evitar responsabilidades.

2# Mudando rapidamente de assunto

Mudar rapidamente de assunto não é simplesmente uma maneira de evitar o tópico em questão, mas uma tática astuta que visa criar confusão e distrair a outra parte envolvida na conversa.

Ao introduzir um novo tópico ou questão, o manipulador impede que a discussão se aprofunde no assunto original, se defendendo sutilmente de críticas, responsabilidades, ou qualquer forma de confronto. Esse método de deflexão visa desviar o foco e manipular o curso da interação de modo que a pessoa manipuladora mantenha uma posição vantajosa.

Quando a mudança de assunto ocorre frequentemente em uma conversa, as pessoas envolvidas podem se sentir muito confusas, frustradas e, em alguns casos, começar a questionar a validade de suas preocupações ou pontos de vista. Com frequência, essa técnica de deflexão pode causar uma erosão na confiança e criar um ambiente comunicativo tóxico, no qual uma das partes se sente invalidada e desconsiderada. O relacionamento, seja ele pessoal ou profissional, pode ser severamente afetado, levando a um desequilíbrio de poder e construindo um cenário onde a comunicação é altamente comprometida.

3# Generalizações vagas

A tática de empregar generalizações vagas emerge do desejo de permanecer ambíguo, criar confusão e evitar a responsabilização. Quando alguém utiliza generalizações, muitas vezes falamos de expressões e afirmações que não fornecem detalhes claros ou que são intencionalmente amplas e imprecisas, obstruindo uma compreensão clara e direta. Essa estratégia cria um manto de dúvida e incerteza que pode ser usado para desviar a atenção de questões específicas e evitar respostas diretas.

Imagine um cenário onde um funcionário pergunta ao gerente sobre a possibilidade de promoções futuras e recebe uma resposta como “As promoções acontecem quando as pessoas realmente mostram o que valem”.

Essa afirmação, intencionalmente vaga, não oferece uma trajetória clara ou critérios específicos sobre como, quando ou sob quais condições as promoções ocorrem, deixando o funcionário sem respostas concretas e num estado de perpétua especulação.

4# Vítima eterna

Adotar o papel de “vítima eterna” implica em uma narrativa na qual o indivíduo consistentemente se pinta como o prejudicado ou o injustiçado, independentemente das circunstâncias ou da realidade objetiva dos fatos. Esta posição auto-vitimizadora cria um campo de distorção onde a crítica, a responsabilidade e a confrontação são habilmente desviadas, substituídas por pena, compaixão e, frequentemente, concessões por parte dos outros.

Ao perpetuar uma imagem de vulnerabilidade, a vítima eterna instintivamente induz os outros a uma posição defensiva, onde apontar falhas, erros ou deslizes se torna uma tarefa delicada e moralmente questionável. Afinal, criticar uma “vítima” pode ser percebido como insensível ou cruel.

Esse mecanismo permite que tais indivíduos evitem consequências, obtenham vantagens e, por vezes, exerçam controle sob uma capa de fragilidade aparente.

5# A técnica do “mas e você?”

A técnica de deflexão do “mas e você?” opera através de uma astúcia que reflete os questionamentos ou críticas de volta ao emissor, muitas vezes desviando o foco da questão original e instigando uma postura defensiva. Este subterfúgio é habilmente orquestrado para evitar a responsabilização, mascarar falhas e, com uma eficácia peculiar, inverter o papel de acusador e acusado.

Considere um diálogo onde um indivíduo é confrontado acerca de um comportamento específico e, em resposta, ele rebate apontando uma falha similar ou outra discrepância percebida na pessoa que levantou a questão. Esta manobra, por mais que não aborde e resolva o ponto original, cria um desvio, talvez evocando culpa ou hesitação no interlocutor original e diluindo a pressão sobre o manipulador.

6# Distrações emocionais

No intrincado xadrez das interações humanas, as emoções funcionam tanto como reis quanto peões, detendo uma enorme capacidade de direcionar, proteger e, ocasionalmente, confundir os movimentos no tabuleiro. Distrações emocionais, nesse cenário, são habilmente usadas por algumas pessoas para dissimular, manipular e, eventualmente, controlar o fluxo e a substância das interações

Em uma técnica sorrateira, a distração emocional é conjurada para ofuscar a matéria em questão com uma densa névoa de sentimentos, preocupações, e dramas paralelos. Seja uma lágrima oportuna ou a repentina manifestação de uma crise emocional, essa tática camufla a questão central, desviando as atenções e compassividade para um panorama sentimental meticulosamente orquestrado.

7# Desqualificação constante

Desqualificar não é apenas uma rejeição de ideias ou palavras; essa técnica de deflexão envolve a invalidação da pessoa em si, uma espécie de mineração que desmorona lentamente a autoestima e a confiança de quem está sendo alvo. Ao questionar constantemente a validade, a competência ou o valor de suas contribuições, a vítima pode, com o tempo, começar a duvidar de si mesma, murchando sob o peso da desaprovação implacável.

A desqualificação constante pode ser incrivelmente eficaz como uma estratégia de manipulação precisamente porque é implícita e, muitas vezes, vestida com as roupas da “preocupação” ou “honestidade brutal”.

8# Semeando dúvidas

O ato de semear dúvidas vai além do simples ato de questionar. É um cultivo metódico e intencional de incerteza que é nutrido até que se desabroche numa floração constante de autoquestionamento e hesitação nas vítimas. Isso pode tomar a forma de perguntas aparentemente inocentes, sugestões sutis ou implicações calculadas que gradualmente instilam a dúvida na mente do alvo sobre suas próprias capacidades, percepções, ou até mesmo a lealdade dos que os cercam.

A implementação dessa estratégia pode ser furtiva e engenhosamente camuflada. Observações veladas sobre a aparência, habilidades ou caráter de uma pessoa, comentários ambíguos sobre a confiabilidade de amigos e parceiros, ou meras insinuações sobre a validade das suas lembranças e percepções – todos são ferramentas empregadas para plantar sementes de dúvida que germinam, crescendo como ervas daninhas que sufocam a clareza e a convicção.

Reflexões para um diálogo saudável

Identificar e entender essas táticas é essencial, mas é igualmente importante lembrar que a comunicação aberta, o respeito mútuo e a empatia são as chaves para interações saudáveis e genuínas. Ao reconhecer essas táticas de deflexão, somos mais capazes de nos proteger, estabelecer limites claros e construir relacionamentos mais autênticos e significativos.