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Seriam essas as primeiras estrelas do universo? Possivelmente, sim

O Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, pode ter identificado as primeiras estrelas do universo, de acordo com descobertas recentes, que foram divulgadas pela revista científica Popular Mechanics.

Os astrônomos referem-se a essas estrelas primordiais como estrelas da População III (ou Pop III), uma terminologia que pode parecer contra-intuitiva, pois Pop III representa as estrelas mais antigas, Pop II são intermediárias e Pop I as mais recentes.

Nosso Sol, por exemplo, é uma estrela Pop I. Importante destacar que essa classificação não está relacionada ao ciclo de vida individual de uma estrela, mas se assemelha a diferentes gerações.

O papel do James Webb na descoberta

A descoberta dessas estrelas antigas foi possível graças a duas características principais. Primeiro, o poder do JWST, capaz de observar corpos celestes extremamente distantes e, portanto, visualizar eventos ocorridos no universo distante no tempo.

A equipe focou suas observações na galáxia GN-z11, brilhante e distante, na esperança de obter um espectro claro de quando o universo tinha apenas cerca de 400 milhões de anos (hoje, tem cerca de 13,7 bilhões de anos).

Em segundo lugar, o conceito de metalicidade (a quantidade de metais que uma estrela possui) desempenhou um papel crucial. Na terminologia astronômica, qualquer elemento mais pesado que o hidrogênio ou hélio é considerado um metal. As estrelas Pop I têm as maiores metalicidades, e as estrelas Pop III, as menores.

Como as estrelas Pop III são identificadas?

Os elementos pesados são, em sua maioria, criados por estrelas, seja por fusão em suas camadas internas ou nos momentos de calor intenso quando explodem em supernovas. Acredita-se que as estrelas Pop III são formadas quase inteiramente de hidrogênio e hélio, possuindo uma metalicidade muito baixa.

Essas estrelas teriam sido imensas e não teriam durado muito (em escala de tempo estelar) antes de explodirem em supernovas, eventos que se acredita terem semeado o restante do universo com metais.

Portanto, os pesquisadores procuravam por sinais de estrelas extremamente antigas e com baixa metalicidade. E na galáxia GN-z11, eles acreditam ter encontrado a tão procurada assinatura.

O caminho até a confirmação

Apesar do entusiasmo, é necessário cautela. Existem outras possíveis explicações para os dados observados, incluindo a presença de um núcleo galáctico ativo no centro da galáxia GN-z11. Além disso, a descoberta precisa ser confirmada com observações de acompanhamento, o que requer tempo adicional com o JWST, algo que é difícil de conseguir.

A equipe de pesquisa planeja prosseguir com as observações o mais rápido possível, mas todo esse processo ainda está aguardando revisão por pares.

No entanto, a descoberta potencialmente abre caminho para uma nova era de exploração científica. Se confirmada como a primeira detecção real de uma estrela da População III, esta descoberta poderia desvendar um universo inteiramente novo de conhecimento e descobertas.

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