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Um reconhecimento à raça de Behrami

Thiago Sievers Head de Parcerias

Esse começo de Copa do Mundo está espetacular. A média de gols está próxima a 3,5 por jogo, o que é muito alto. E até agora, em 11 jogos, não houve empates.

A primeira partida sem time vitorioso aconteceria entre Suíça e Equador se não fosse um cara: Valon Behrami.

Behrami foi o heroi de um jogo espetacular entre duas seleções que esbanjaram vontade e promoveram muitas emoções aos torcedores.

Eu estava triste que o empate aconteceria pela primeira vez nessa Copa. O relógio corria, o final se aproximava e minha esperança de ver um time vitorioso se esvaía.

Até que, aos 47, faltando um minuto para o jogo acabar, o meia-campista equatoriano Valencia deu uma arrancada espetacular de 40-50 metros e, na lateral da área, cruzou uma bola rasteira que chegou aos pés de Arroyo próximo à marca do pênalti. O jogador tinha todo o espaço para dominar e afundar o goleiro. Mas ele ficou no “dominar”.

Porque por baixo, num carrinho preciso e sensacional, apareceu Behrami para desarmar Arroyo.

Faltando 40 segundos para terminar a partida, Behrami partiu com a bola dominada de sua área em direção ao ataque. Era o contra-ataque final. A última chance de uma seleção triunfar naquela disputa.

Mas na intermediária o jogador foi derrubado violentamente por um marcador equatoriano.

E assim terminaria o jogo… se Behrami não se levantasse, após rolar no chão, surpreendendo a todos, e desse continuidade ao contra-ataque.

E então a bola passou pelos pés de mais dois jogadores suíços antes de encontrar a chuteira de Seferovic, que acabara de entrar jogo, e depois o fundo da rede equatoriana aos 47:40 do segundo tempo.

Sim, isso tudo aconteceu em 40 segundos. Nos 40 segundos finais.

Behrami demonstrou como o futebol deve ser jogado: de pé, com luta, raça e vontade.

E não estou aqui dando diretas. Torço pelo futebol do Neymar, admiro demais o jogo de Valdívia e gosto do talento de Dagoberto. Não sei o que é tomar as pancadas que eles tomam nos jogos, então não me vejo em posição de crucificá-los.

O que eu sei é que Behrami tomou uma bordoada caprichada e se levantou para levar a Suíça à vitória. E isso no último lance do jogo, quando suas pernas já deveriam estar exaustas e seu psicológico pedindo um descanso merecido no vestiário do Mané Garrincha.

É essa atitude que todos nós, torcedores, gostaríamos de ver nos jogadores que nos representam. Behrami manteve viva a esperança de ver na falta um recurso apenas para defensores e não atacantes. Afinal, futebol se joga em pé.

Desculpe Seferovic, mas esse gol é de Valon Behrami.