fbpx
Virginia Woolf

A Perspectiva Singular de Virginia Woolf sobre Relações Duradouras

O texto a seguir, sobre a perspectiva de Virginia Woolf quanto a relacionamentos duradouros, foi publicado originalmente no site The Marginalian por Maria Popova.

“O amor verdadeiro”, postulou o filósofo Alain Badiou ao refletir sobre como nos apaixonamos e mantemos o amor, “é aquele que triunfa de forma duradoura, por vezes dolorosa, sobre os obstáculos impostos pelo tempo, espaço e pelo mundo.”

Mas o que, precisamente, impulsiona esse triunfo, especialmente contra o marasmo que o tempo despeja sobre qualquer relação duradoura?

Essa é a indagação que Virginia Woolf (25 de janeiro de 1882 – 28 de março de 1941) desvenda em um belo trecho de seu diário, que redescobri no livro de anotações de W.H. Auden, e que surgiu originalmente em “A Writer’s Diary” — um portal inestimável para uma das mentes mais aguçadas da humanidade, fonte da persistente sabedoria de Woolf sobre a maleabilidade do tempo, o paradoxo da alma e os benefícios criativos de manter um diário.

Em uma anotação do início do outono de 1926, catorze anos após seu casamento nada convencional com Leonard Woolf, ela escreve sob o título A relação matrimonial:

Arnold Bennett diz que o horror do casamento reside em sua “cotidianidade”. Para ele, toda a vivacidade de uma relação é desgastada por isso. A verdade parece mais assim: a vida — digamos 4 dias de 7 — torna-se realmente automática; mas no 5º dia, uma faísca de sensação (entre marido e mulher) surge, que é ainda mais rica e sensível devido aos dias automáticos e inconscientes de cada lado. Isto é, o ano é marcado por momentos de grande intensidade. Os “momentos de visão” de Hardy. Como pode uma relação durar tanto tempo senão sob essas condições?

Complemente essa parte especialmente notável do magnífico “A Writer’s Diary” com Anna Dostoyevskaya sobre o segredo de um casamento feliz e Joseph Campbell sobre o aspecto mais importante na manutenção de relações românticas. E, depois, revisite Woolf sobre escrita e consciência, por que a mente mais fértil é a mente andrógina, a epifania que revelou a ela o que significa ser uma artista, e esta maravilhosa biografia ilustrada da querida escritora.