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Frankenstein

Você não vai acreditar como o Frankenstein influenciou a moda!

Quando pensamos em Frankenstein, a primeira imagem que nos vem à mente é a do monstro icônico criado por Mary Shelley em 1818: uma criatura reanimada, costurada a partir de partes de vários corpos, trazida à vida por um cientista obcecado. A princípio, pode parecer estranho associar esta imagem gótica e sombria com o mundo vibrante e em constante mudança da moda. No entanto, ao mergulharmos mais profundamente, descobrimos influências surpreendentes e um impacto duradouro que o Frankenstein deixou no universo fashion.

A inspiração gótica

O movimento gótico na moda, conhecido por sua estética sombria, misteriosa e por vezes macabra, deve muito à atmosfera e simbolismo encontrados em Frankenstein. As cores escuras, tecidos pesados e acessórios dramáticos, que são marcas registradas do estilo gótico, podem ser vistos como uma homenagem direta à temática e ao tom do romance. Designers de moda frequentemente canalizam este aspecto gótico em suas coleções, utilizando elementos como couro preto, rendas, correntes e detalhes metálicos que evocam a ideia de partes “costuradas”, remetendo diretamente à criatura de Frankenstein.

A reimaginação na alta costura

Nomes renomados da alta costura, como Alexander McQueen e Jean Paul Gaultier, têm sido conhecidos por suas abordagens que desafiam convenções, frequentemente incorporando temas de reanimação e transformação, reminiscentes da história de Frankenstein. McQueen, em particular, foi mestre em criar peças que pareciam juntar o belo e o grotesco, de maneira semelhante à combinação de vida e morte na criação do monstro de Frankenstein. Suas coleções muitas vezes apresentavam designs que pareciam costurados juntos, uma colagem de materiais e texturas que desafiavam a norma, trazendo à moda uma sensação de beleza reanimada.

O simbolismo das “partes”

A ideia de unir diferentes partes para criar algo novo se reflete não apenas nos designs, mas também na maneira como a moda frequentemente recicla e reimagina tendências passadas, combinando-as de formas inovadoras. Neste sentido, o Frankenstein torna-se um símbolo perfeito para a moda, que está constantemente a “reanimar” estilos antigos, misturando-os com novas ideias para criar algo totalmente único. A tendência do upcycling, onde roupas antigas são desmontadas e suas partes são usadas para criar novas peças, é um exemplo prático dessa influência.

A influência no streetwear

Até mesmo no streetwear, a influência de Frankenstein pode ser percebida. Marcas como Off-White e Vetements têm explorado a ideia de desconstrução e reconstrução em suas peças, apresentando designs que parecem ser “montados” a partir de fragmentos de várias peças diferentes. Este conceito de patchwork, uma técnica literal de costura que une diferentes tecidos para formar um novo, pode ser visto como uma alusão direta à maneira como o corpo do monstro de Frankenstein foi composto.

A mensagem mais profunda

Além das influências estéticas, a história de Frankenstein oferece uma reflexão sobre a criação, a identidade e a aceitação da diferença, temas que ressoam profundamente no mundo da moda. A moda é, afinal, uma forma de expressão individual, uma maneira de criar uma identidade única a partir de uma “colagem” de diferentes influências e inspirações. Neste aspecto, o monstro de Frankenstein, com sua busca por aceitação e compreensão em um mundo que o vê como um aberração, torna-se um símbolo poderoso da jornada de autoexpressão e aceitação.

Transformação e inovação

A moda, em sua essência, é sobre transformação – uma metáfora perfeita para a história de Frankenstein, onde a criação desafia as noções de vida e moralidade. Este conceito é levado para as passarelas, onde os designers experimentam formas, silhuetas e materiais, muitas vezes criando peças que desafiam as expectativas tradicionais de beleza e propósito. A moda se torna então um campo de experimentação, um laboratório de estilo onde o impossível é trazido à vida, assim como o próprio monstro de Frankenstein.

Sustentabilidade e ética

No contexto atual, em que questões de sustentabilidade e ética ganham cada vez mais importância, a história de Frankenstein também oferece uma narrativa cautelar sobre a criação irresponsável e as consequências de nossas ações. Na moda, isso se traduz em um movimento crescente em direção a práticas mais sustentáveis e éticas. A reutilização de materiais, a recriação de peças a partir de roupas descartadas e a ênfase em métodos de produção que respeitam o meio ambiente e os direitos dos trabalhadores são reflexos da lição aprendida com Frankenstein sobre a responsabilidade de nossas criações.

Desconstrução e reinterpretação

Finalmente, a moda inspirada em Frankenstein nos ensina o valor da desconstrução e da reinterpretação. Assim como o monstro é composto de partes distintas unidas para formar um novo ser, a moda atual frequentemente adota uma abordagem semelhante em design, desconstruindo peças tradicionais e reimaginando-as de maneiras inovadoras. Isso não apenas desafia as normas estéticas, mas também abre espaço para discussões mais amplas sobre identidade, pertencimento e transformação pessoal.

O legado de Frankenstein continua

O legado de Frankenstein na moda é um testemunho do poder das histórias para inspirar, desafiar e transformar. A criatura de Mary Shelley, embora nascida de uma época de grande experimentação e questionamento, continua a influenciar o mundo da moda, lembrando-nos de que a beleza pode ser encontrada na mais inesperada das formas. À medida que a moda olha para o futuro, as lições aprendidas com Frankenstein sobre inovação, sustentabilidade, ética e expressão pessoal continuarão a informar e inspirar designers por gerações vindouras.

Portanto, a próxima vez que você se deparar com uma peça de moda que parece desafiar todas as convenções, lembre-se do monstro de Frankenstein. Através da lente da moda, essa história clássica nos encoraja a olhar além das aparências, a celebrar a singularidade e a abraçar a beleza em todas as suas formas.